No último sábado (23), a estilista e artista plástica Zaia Angelo realizou o aguardado desfile Disfóricas no Museu Nacional, em Brasília. Conhecida por seu trabalho que mistura moda e resistência, Zaia apresentou uma coleção deslumbrante e cheia de significados, desfilada exclusivamente por mulheres trans e travestis. O evento reforçou sua mensagem de inclusão, identidade e ousadia no mundo da moda brasileira.
“Ver meus desenhos criando vida e forma nas passarelas, sendo desfilados por mulheres fortes e inspiradoras, fez todo o esforço desses últimos meses valer a pena”, celebrou Zaia. A estilista destacou a recepção positiva do público: “A repercussão foi muito melhor do que eu esperava, e fico feliz de saber que tem espaço na moda para discutirmos sobre as dificuldades do corpo trans na sociedade.”
A coleção apresentada em Disfóricas une tecnologia e identidade, abordando a disforia enfrentada por pessoas trans. Inspirada nas distorções criadas por inteligência artificial ao tentar representar humanos, a estilista traduziu esse conceito em máscaras, colares gigantes e vestidos com silhuetas irregulares. Apesar do tema profundo, a coleção foi vibrante e colorida, com elementos que remetem ao estilo camp.
“Essa coleção tem uma importância enorme para uma futura carreira sólida no mundo da moda, que eu viso e sonho tanto”, afirmou Zaia, emocionada com o impacto de seu trabalho.
Com um currículo que inclui colaborações com artistas como Anitta, Liniker e Marina Sena, além de prêmios de relevância nacional, Zaia mais uma vez usou a moda como uma ferramenta de resistência e visibilidade. O desfile, além de ser uma celebração da diversidade, também trouxe um recado poderoso sobre os desafios enfrentados por corpos trans na sociedade, reforçando a importância de espaços que acolham e deem voz a essas narrativas.
O evento foi um marco não apenas para Zaia Ângelo, mas para a moda brasileira, mostrando como criatividade e luta podem caminhar lado a lado.